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voltarConvênio pode facilitar acesso ao crédito
Empréstimos mais rápidos e simplificados são uma das metas do trabalho conjunto do Sebrae com a Associação Brasileira das Sociedades de Crédito ao Microempreendedor (ABSCM)
Regina Mamede
Os pequenos negócios precisam de crédito para crescer e investir em inovação, mas encontram dificuldades para ter acesso a financiamentos rápidos e desburocratizados. Para ampliar as possibilidades das micro e pequenas empresas, o Sebrae Nacional e a Associação Brasileira das Sociedades de Crédito ao Microempreendedor (ABSCM) assinaram um convênio de cooperação geral na última segunda-feira (27), no Rio de Janeiro.
“O que observamos é que os pequenos negócios dobraram nos últimos 10 anos e são um mercado potencial. O papel do Sebrae é articular soluções para aproximar todas as entidades prestadoras de serviços financeiros dos micro e pequenos empresários”, afirma o gerente da Unidade de Acesso a Serviços Financeiros do Sebrae Nacional, Alexandre Guerra de Araújo.
O convênio prevê prestação de serviços de capacitação, assessoria técnica, divulgação de informações, mecanismos de consultoria, capacitação empresarial, entre outros. As ações serão realizadas em parceria com as unidades estaduais do Sebrae e instituições ligadas à ABSCM.
A associação possui hoje 45 associados e acredita que com a participação do Sebrae sua área de atuação pode crescer significativamente. “Ainda somos desconhecidos, e o Sebrae vai fazer a interligação da associação com o nosso público alvo. A credibilidade e a capilaridade da instituição vai ajudar a divulgar a nossa imagem”, explica o presidente da ABSCM, Jacy Diniz Nogueira Filho.
Os recursos virão do Programa Nacional Micro Produtivo Orientado (PNMP), do governo federal. O presidente da ABSCM explica que a meta do trabalho da associação é oferecer empréstimos menos burocratizados, mais ágeis e com uma taxa mais baixa, já que o custo operacional dos associados é menor. O atendimento personalizado é outro ponto que ele considera fundamental.
“É muito difícil que um micro empreendedor tenha coragem de ir a um banco pedir empréstimo. Ele fica intimidado não só com o nível de exigências, mas até com o ambiente formal. Daí, a importância de uma atuação local que conheça o histórico do empresário. Vamos aprimorar uma metodologia específica de trabalho. Nós é que vamos ao cliente”, argumenta.
Para o gerente do Sebrae, a construção de uma carteira de crédito com qualidade se torna vital para o crescimento dos pequenos negócios, já que um dos papéis da instituição é aproximar estes empresários das entidades prestadoras de serviços financeiros, articulando soluções que facilite o acesso ao financiamento com redução de custos.
Dados divulgados pelo Banco Central mostram que, em 2008, de quase R$ 700 bilhões de empréstimos feitos para pessoas jurídicas, R$ 116 bilhões foram de até R$ 100 mil, o que indica que devem ter sido feitos por micro e pequenas empresas. Considerando essa premissa, os pequenos negócios responderam por cerca de 17 % do total das operações de crédito.
“Este é um percentual pequeno, mas a expectativa para este ano é que haja aumento das operações de crédito, apesar da crise. E mesmo os grandes bancos estão interessados na construção de plataformas adequadas de atendimento, o que mostra o potencial deste segmento”, afirma Alexandre Guerra.